A NASA é a agência espacial dos EUA e é-lhe associada uma imagem de excelência, pelos feitos alcançados ao longo da sua história, apesar de terem tido a sua quota de reveses.
O contexto aeroespacial justifica condições ímpares que uma empresa comum não pode alcançar, no entanto algumas das práticas que a NASA tem empregue não exigem meios significativos e servem como exemplos a seguir.
Aprender com os erros
Especialmente no início da exploração espacial aconteceram muitos erros, houve muitas falhas e alguns desastres com consequências trágicas. O que a NASA fez foi aprender com esses erros. Com isto melhorou os protótipos seguintes, melhorou os métodos de treino, as técnicas de construção, etc.
O conceito de aprender com os erros em si nem é uma grande lição – o termo “lessons learned” ouve-se nestes dias em qualquer empresa – a sua prática efectiva é que o é. É preciso analisar o que se passou com objectividade, fugindo à tentação humana de (des)culpabilização. E com base nessa análise é preciso tomar acções correctivas.
Ora isto é algo que, da minha experiência, nunca acontece. Isto é, ou nem sequer é feita a análise, ou é mal feita, ou não se tomam acções de correcção.
Registos
A NASA dá muito importância aos registos. Registos de construção, registos de procedimentos, registos fotográficos, recolha de amostras, levantamento de materiais e equipamentos, etc.
Os registos são importantes para analisar problemas ocorridos, para servir de base a novos desenvolvimentos, para reconstituir cenários, etc.
Redundância
Ao longo do tempo popularizou-se o conceito que a NASA faz tudo a dobrar. Isto tem origem nos seus procedimentos reais desde longa data: eles mantinham duas equipas “iguais”, a principal e a de backup, sujeitas aos mesmos treinos durante todo o ciclo de preparação para uma missão, por exemplo. Também tinham réplicas de equipamentos e peças. Os próprios equipamentos construídos eram desenhados com vários sistemas de backup em casa de falha dos componentes principais.
Estar preparado
Além de tudo o exposto, a NASA tem mostrado o conceito de estar preparado, fazendo uso, por exemplo, das mais mundanas técnicas e materiais.
Um exemplo é a fita adesiva, que desde longa data faz parte do material levado pelos astronautas para o espaço, tendo sido já útil por algumas vezes. Não sendo um material de alta tecnologia, foi importante em certos contextos devido à sua versatilidade.
No próximo artigo, usando o caso real da missão Apollo 13, mostrarei como muitos dos eventos reais ocorridos se encaixam nestas práticas.
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