1. toda a gente é chefe, importante e excelente no que faz.
Pode ser apenas consequência do crescente fenómeno “auto-promoção”, pode ser uma questão de superioridade ilusória, mas o que é certo é que a maioria dos perfis no linkedin com que me deparo são CTOs, CEOs, COOs, directores, project manangers, team leaders, entre outros cargos superlativos, sendo simultaneamente especialistas triple-A em tudo o que fizeram até então e mesmo no que não fizeram.
2. rede de contactos totalmente falhada.
O objectivo do sistema de contactos é construir uma rede de pessoas que se conhecem bem: trabalharam juntas, têm um bom nível de confiança mútuo, etc. Por isso é que os segundos e terceiros níveis podem estar-nos expostos, mediante configuração do nosso contacto de primeiro nível: “eu confio em quem confia em quem eu confio”.
Mas em que se tornou a rede de contactos? Numa lista infindável que tanto é composta pelo nosso “braço direito”, como pelo tipo a quem enviámos um email por engano há 5 anos.
Há dias dei uma olhadela na lista de pessoas que são vistas por quem vê o meu perfil:
- 3 simplesmente não sei quem são;
- 2 são ex-colegas de quem nada sei há mais de 10 anos;
- outros 2 são-me pouco relacionados;
- e finalmente 3 estão mesmo relacionados comigo, sendo os únicos que fazem parte da minha rede de contactos.
3. recomendações recíprocas e avantajadas.
Outro factor curioso é o sistema de recomendações do linkedin ter-se transformado numa espécie de colectânea de eufemismos. Chego a lacrimejar-me todo tão ternurenta é a prosa com que os colegas se mimam.
E em tantos casos de forma recíproca. É que se o A recomenda o B, o B não se fica por menos e recomenda o A. É uma espécie de “cá se faz cá se paga” numa versão positivista do karma.
Muito bom, concordo plenamente.
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