O uso do termo “recurso” como designação de pessoa tem-se vindo a generalizar e banalizar. Mas são as pessoas recursos?
Um recurso é algo do qual se faz uso para um propósito. Como recurso é indistinguível face a outros equivalentes ou iguais. Por exemplo, posso trocar um carro por outro modelo igual sem perda de funcionalidade ou necessidade de adaptação.
Ora as pessoas não têm “modelos iguais”. Se assim fosse não eram precisas entrevistas no processo de contratação, bastava consultar a ficha técnica da pessoa. Não era preciso haver período experimental, ou outros expedientes usados devido à individualidade de cada ser humano.
O próprio lugar-comum “a maior riqueza são as pessoas” enferma de uma contradição na asserção pessoa-recurso. Se as pessoas se trocam facilmente enquanto recursos, não constituem maior riqueza que os outros recursos da empresa, como instalações, veículos, etc.
Resumindo: uma pessoa é um ser humano, não é um recurso.
Por incrível que pareça há pessoas que têm dificuldade em tratar as outras pessoas por… pessoas.
Notas:
- a expressão “recursos humanos” faz sentido enquanto designação de uma área comportamental ou organizacional;
- a expressão “recurso humano” não faz sentido para mim.
Outras leituras:
Sem comentários:
Enviar um comentário